Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. - Provérbios 22:6
Quando falamos sobre criação de filhos ou educação de crianças no meio cristão, é comum fazer referência a esse versículo e principalmente utilizá-lo como base. Ao atentarmos à leitura, não podemos compreender esse versículo apenas como um direcionamento ou instrução, mas devemos perceber que ele nos ensina o método.
Ao dizer “ensina a criança no caminho que deve andar”, nos mostra que, para ensinar o caminho, que é Cristo, devemos estar nesse caminho enquanto ensinamos. Então, todo ensino direcionado a esse propósito necessita estar no ambiente que seja convergente com a palavra ensinada, para que perdure por toda a vida.
Se tirarmos o ambiente que é o caminho, o ensino será somente falar de algo que é desconhecido, falar sem demonstrar, sem experienciar, será algo abstrato na vida da criança, em que ela mesma criará em sua mente uma imagem e referência sobre isso, construindo algo deturpado em relação ao real.
Por outro lado, se proporcionarmos à criança o desfrutar desse ambiente sem o ensino, é natural que ela construa seus próprios pensamentos, estabeleça relações e crie hipóteses para tentar compreender e desfrutar, mas sem conhecer a verdade que sustenta o ambiente. O que gera uma mente inquieta, sem alicerce, sem estrutura firme para construir e desenvolver sua mente, internalizando coisas que acredita serem a verdade, mas que, mais adiante, ao conhecer a verdade, precisará desconstruir para construir várias vezes, para que assim permaneça somente o que for verdadeiro. Um trabalho muito maior.
Para ensinar, é preciso estar perto e compreender o ensino como processo, é algo diário e que necessita de vínculo e tempo de qualidade.
Por isso, devemos compreender a palavra “ensinar o caminho”. Ela não significa apenas “mostrar o caminho”, ou “falar o caminho”. Ao pensarmos na palavra ensinar, precisamos estar cientes que para a criança isso significa “se fazer entender”. Isso ocorre por meio de demonstrações, experiências, vivências, inúmeras repetições, instigar questionamentos, fazer relações de suas ações e pensamentos com o que está escrito, mostrar que existe uma forma e um caminho correto para andar; ir da base que é a palavra e fazer com que a criança veja isso em si mesma e aprenda a ver no mundo; a ver como todas as coisas vêm e voltam ao Pai.
Sim, fazer tudo isso com uma criança. Isso é possível e imprescindível que ocorra desde o seu nascimento.
Por isso, pais, em hipótese alguma, subestimem a capacidade de seus filhos. Seja a inteligência, a percepção ou observação.
Então, para que possamos ensinar, precisamos primeiramente aprender e estar no caminho. "Para que o Senhor teu Deus nos ensine o caminho por onde havemos de andar e aquilo que havemos de fazer. Jeremias 42:3"
Outra coisa que devemos saber é: as crianças não aprendem somente no momento em que ensinamos. Mas elas estão em processo de aprendizagem a todo momento.
Assim, não é necessário elaborar algo fantástico para que elas aprendam. Uma simples recomendação é: traga-a para perto como Jesus fez, no seu cotidiano, compartilhe e faça-a fazer parte. Permita que ela se aproxime.
Para os pais, isso é o que significa discipular seus filhos.
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Membro da Missão Mobilização - cwb Mestranda em Educação e formada em Pedagogia pela UFPR. Atuando há 9 anos em instituição de ensino particular, com especialidade em educação especial.